Sinto
falta de casa... Por que tudo tem que ser tão difícil? Encontrei o amor?
Sinto-me cansada, desta montanha-russa que é minha vida. Não suporto mais ser
um joguete, com o qual joga a vida. Necessito ter o controle, afinal, quem sou
eu? Tenho por vezes a impressão de nunca ter tido este tal controle. Parece que
sempre cantei a música; “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Não posso ser
mais esta, esta qual sempre fui toda a vida mais que não sou eu! Dizer que
gostaria de viver em mim mesma... Não existe! É tudo muito simples; eu só
queria poder viver e sentir livremente, agora tudo muda de figura, porque este
mais simples, significa o mais complexo, significa uma busca incansável do ser
humano ao longo do tempo. Ser livre? O que significa de fato, ser livre? Me
sinto como um pássaro, que desde muito cedo teve suas asas cortadas. E nunca
pode, nunca sentiu, o livre voar. Quando olho para trás, só o que vejo, é o
quanto me foi tirado, arrancado, roubado! Primeiro, minha inocência, depois
minha juventude... E não foi a vida que me roubou isso, foram seres humanos!
Quero dizer que creio em Deus, e não sei por que digo isso, agora. A verdade é
que nunca fiz nada de mal para merecer a vida que tive! E Deus me deu isso, por
que fui tão castigada? Difícil entender a vida, as pessoas, os acontecimentos,
vamos ver se tem explicação: Desde o dia que passei a existir, fui abusada por
meu próprio pai. Quem me explica isso? Deus? Responda-me! Por quê? Vi este
mesmo, “pai”, espancar minha mãe. E a partir daí, começou toda a rebeldia, fui
uma filha péssima para minha pobre mãe, pobre, pois também não teve muita “sorte”
na vida. Não me recordo muito bem, mais creio que com nove, com nove anos fui
morar com uma tia, irmã de minha mãe, fui viver em Belo Horizonte-MG, uma linda
família, diga-se de passagem. Três primos e uma prima. Meus primos me batiam,
suficiente, para eu enxergar que aquele não era o meu lugar. Este ano foi o meu
primeiro natal, que tenho boas lembranças, ganhei bons presentes e fui feliz,
mesmo apanhando. Chorava todas as noites querendo voltar para casa. Quando
minha mãe veio me visitar, voltei com ela a minha cidade. Todos os finais de
semana, tínhamos que ir passar com meu “pai”. Eu odiava isso, significava mais
abuso. Meu dito, pai, que me abusara desde sempre. Muitas de minhas memórias de
infância, contem abuso. Não tenho memórias diferentes disso. Hoje, encontrei
uma realidade muito diferente daquela que um dia conheci e me foi apresentada
tão maldosamente... Longe das pessoas que me faziam mal, recomeço uma vida, distante
da que me foi apresentada e da qual pensei que jamais me libertaria. Comecei o texto: Sinto falta de casa... Hoje
minha casa, não é a mesma, não é a pátria que me pariu. Mas é uma que me
recebeu de braços abertos e sem traumas, me fez renascer para uma nova vida.
Hoje tenho uma família que não me abusa, não me acusa e me quer muito. Tenho a
esperança de felicidade e a vivo como pensei que jamais a viveria. E aprendi
que a felicidade não é uma constante, mas são momentos, que construídos com amor e bondade... Te proporcionam a benção de poder dizer... Eu sou feliz!!! E saber que podemos passar por cima de todos os obstáculos e possíveis depressões, que vem com o objetivo de destruir-nos, como pessoa com esperança na condição de espera! Perdão e Obrigada Senhor! Obrigada Família! Obrigada AMOR!